sábado, 1 de março de 2014

A suavidade das fotografias em papel intriga-me. O papel liso, plano e gasto com o tempo transpõe uma realidade desumana e um impacto irrefutável, emitindo sorrisos, rostos e corpos turbulentos que transmitem felicidade e um cenário a cores. Um cenário límpido e feliz. Um cenário repleto de amabilidade, satisfação e simpatia. Ou então, um cenário a preto, difundindo a guerra e os conflitos. Os anos oitenta e tempos indeterminados. Em ambos os casos, a fibra continua limpa e afável. Sem um pingo de sangue ou uma gota de água. Sem lumes abrasadores ou balas mortíferas. 
A suavidade das fotografias em papel intriga-me. Não sofrem mudanças, nem características. São sempre lisas e planas.

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